INALCANÇÁVEL

Quisera eu escrever-te um soneto
Porém fugiu-me às mãos o sentimento
Porque elas não entendem o momento
Nem a loucura que me toma o peito.

Quisera eu gravar-te cada traço
Nesses riscos escoados no papel
Mas não saberia desenhar-te um céu
Nessas curtas linhas que ora faço.

É que bate uma saudade tão louca
Que, quisera eu, o que cala essa boca
Voasse mil quilômetros de distância

E que, por fim, alcançasse a plenitude
Do que me guia em cada gesto e atitude
De minh’alma e a tua em consonância.