Tortura fria

Tortura fria

Vivo assim, um tanto, desesperado.

Busco a sombra do sol na noite fria...

Por queimar-me a pele a luz do dia

Onde me pus o coração, desprezado!

Vivo assim, sob o mantéu enfeitado.

A devorar a minha vultosa nostalgia!...

Vê-me a lua: sou a estrela fugidia

Que o deste o clarão tetro sufocado!

Sim, eu sou o Poeta que te enfeitas,

Que não quer no mundo a tua dor.

Sou quem tu vês, no leito que deitas!

Sim, que seja em mim o teu langor...

Por devorar-te a noite que rejeitas,

Por queimar-me a pele, o teu amor!

(Poeta- Dolandmay)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 01/10/2009
Código do texto: T1842339
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