SONETO PARA ADLA [CXIV]
Depois de incendiar-se a tarde em ouro,
a noite cai, com seu lençol de estrelas,
e penso nela, tal se excede um mouro,
a dar-se todo às guerras, sem contê-las.
As vibrações dos astros tento lê-las,
lá para além do etéreo logradouro,
lá nos tão níveos seios das estrelas,
onde talvez se esconda algum tesouro.
E eu aterrisso, a bordo da saudade,
e a madrugada faz-se o meu Saara,
posto não ter a amada, qual quisera.
Embora saiba exígua a liberdade,
Adla se me tornou paixão mais rara,
pois que virou minha exclusiva espera.
(Julho de 1993)
Fort., 30/09/2009.