Cheiro de terra...

A terra seca! O chão crestado e duro!
O grande estio! Triste e forte estio...
Celeiro e tulha, tudo está vazio.
O povo já nem crê no seu futuro...

Há tanto meses não se tem ar puro!
E não se pode ter qualquer plantio,
Nos ermos campos tudo tão baldio,
E tudo está bem seco, morto, escuro!

Mas triste o céu derrama lento pranto,
Que aos poucos vai molhando toda a terra, 
que exala doce cheiro, vivo e quente!

E tudo ganha força, vida, encanto...
Nos campos, vales, matas, pé da serra,
Da terra, o cheiro, em tudo está presente!


Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/09/2009
Reeditado em 13/10/2009
Código do texto: T1838567
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