Cheiro de terra...
A terra seca! O chão crestado e duro!
O grande estio! Triste e forte estio...
Celeiro e tulha, tudo está vazio.
O povo já nem crê no seu futuro...
Há tanto meses não se tem ar puro!
E não se pode ter qualquer plantio,
Nos ermos campos tudo tão baldio,
E tudo está bem seco, morto, escuro!
Mas triste o céu derrama lento pranto,
Que aos poucos vai molhando toda a terra,
que exala doce cheiro, vivo e quente!
E tudo ganha força, vida, encanto...
Nos campos, vales, matas, pé da serra,
Da terra, o cheiro, em tudo está presente!