UM CÉU DE PERDIÇÃO
Nas cicatrizes da dor, do ostracismo,
que marcam o meu rosto decadente,
há um platônico amor, que certamente,
vai me levando pra beira do abismo.
Mas uma força maior, um misticismo,
intuição de um plano inconsciente,
já me faz enxergar estranhamente,
nessa contradição, um simbolismo.
Porque no doce do amor há amargura
e no eterno romance há o conflito,
como se fora um céu de perdição.
Nessa emoção, que mata enquanto cura,
a lucidez é plena de loucura
e está certo quem nunca tem razão.