Ser Liberto
Cuspo a face suja como o pó da terra
Que o vento leva, distante, ao infinito
E trás de volta as marcas do conflito
Que a afável lembrança tão logo enterra.
O que a vida, declive, com seu ferro ferra
O que de tudo, a todos, há muito omito
Em meu lugar, no espaço, está escrito
O que sempre um dia alguém desterra.
E me mata o ódio, a dor e o sofrimento
Se vejo meu amar, fito num de repente
O lasco se enfiar em meu tormento
E me lascar me vou como serpente
Já me resta pena de mim, de minha mente
Que adormece a sofrer por livramento.