Malfadada noite

Maldita seja, mil vezes, a cruel sorte

Uniu-me a ti, àquela madrugada.

Testemunharam a lua nascendo ao norte

E um bêbado risonho caído numa calçada

Desta união, brotou como uma praga,

vicejante câncer incontrolável

abrindo em meu peito pútrida chaga

Uma paixão - Este sentimento miserável! –

Arranca-la do meu peito. Como queria!

Faria todo o procedimento, sem anestesia

Se tivesse, em mim, a frieza necessária

Com meus dedos, lentamente rasgaria

Meu coração e toda musculatura involuntária

E voltaria para minha vida solitária

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 26/09/2009
Código do texto: T1833331
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