A divindade protetora dos amantes,
Não é de certo aquele menino alourado
Que alguns poetas infantis e delirantes
Descrevem em seus versos inflamados.
O deus que deve proteger o apaixonado,
É um velho coxo, lerdo e de pouco sizo,
Pois toda vez que ao ofício é chamado,
Não chega a tempo de evitar o prejuízo.
Por isso, a culpa de estarmos ambos tristes,
É desse deus que nunca faz o seu trabalho.
Por culpa dele eu passei e não me vistes.
Pois bastaria que ele tivesse me avisado,
Que eu teria tomado na vida um atalho
E na hora certa teríamos nos encontrado.