SONETO BUCANEIRO (A PIRATA E O CAPITÃO)

Que lânguida halófila serpente logra

Do harmoniocordo de gemidos eflúveos ais

E em reentrâncias invisíveis elege a sombra

Que esconde a sapiência e de novo animais

Esfaimada polia a desbastar o mataréu

Que em faina prazeirosa e humor transparente

Eleva o bruto que com pouco custo encontra o céu

Enquanto gosto salso a torna calma novamente

E da inconsciência habitada ainda a pouco

Desce a pirata pelo mastro do navio aportado

E chama ao capitão com suave murmúrio rouco

Que desfalecido como vindo de grande batalha

Retorna de confins onde galgara alta muralha

Que se morresse o que fôra à inteligência seria louco.

Preto Moreno