O MARIONETE DO AMOR
Falavas de amor quando os enganos
Dos púrpuros segredos desfrutavam,
De qual amor falavas? De quais planos?
Nas horas de ternura me enganavas...
Eu como a presa de meus sentimentos,
Qual viandante ferido na jornada,
Firme ao laço forte deste intento,
Em teu colo impuro fiz morada...
Ouvindo teus clamores, tuas juras,
E acreditando em tudo o que falavas,
Colhias o meu pranto na amargura,
Juntando o pranto meu ao teu ficavas...
Depois me confessaste a tal loucura:
O amor não era eu em outro pensavas.
Comentáriode uma estrofe:
“Eu como a presa de meus sentimentos,
Qual viandante ferido na jornada,
Firme ao laço forte deste intento,
Em teu colo impuro fiz morada...”
O poeta quer dizer que está abatido pelos sentimentos, e que se iguala a um viandante cansado pela trajetória, ou seja, debilitado pelas caminhadas amorosas que não chegaram ao seu fim desejado e contentador. E na luta para prosseguir, encontra abrigo em qualquer morada, no caso aquele colo que lhe deu amparo, sem julgar os seus valores, posto que era o que havia naquele instante e situação. Ou ainda, quando não se tem abrigo qualquer abrigo serve.