O MARIONETE DO AMOR

Falavas de amor quando os enganos

Dos púrpuros segredos desfrutavam,

De qual amor falavas? De quais planos?

Nas horas de ternura me enganavas...

Eu como a presa de meus sentimentos,

Qual viandante ferido na jornada,

Firme ao laço forte deste intento,

Em teu colo impuro fiz morada...

Ouvindo teus clamores, tuas juras,

E acreditando em tudo o que falavas,

Colhias o meu pranto na amargura,

Juntando o pranto meu ao teu ficavas...

Depois me confessaste a tal loucura:

O amor não era eu em outro pensavas.

Comentáriode uma estrofe:

“Eu como a presa de meus sentimentos,

Qual viandante ferido na jornada,

Firme ao laço forte deste intento,

Em teu colo impuro fiz morada...”

O poeta quer dizer que está abatido pelos sentimentos, e que se iguala a um viandante cansado pela trajetória, ou seja, debilitado pelas caminhadas amorosas que não chegaram ao seu fim desejado e contentador. E na luta para prosseguir, encontra abrigo em qualquer morada, no caso aquele colo que lhe deu amparo, sem julgar os seus valores, posto que era o que havia naquele instante e situação. Ou ainda, quando não se tem abrigo qualquer abrigo serve.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 26/09/2009
Reeditado em 26/09/2009
Código do texto: T1832259