A MORTE DO POETA - II
O poeta sucumbe ao não escrito
ou pelo escrito que jamais foi lido.
E da revolta ele estrangula o grito,
satirizando o senso do sentido.
Melhor seria não dizer o dito,
sequer viver o que não foi vivido.
Maldita a mão do menestrel maldito
que trai su’alma versejando o olvido!
Por que não foi, em seu fadário, franco?
Por que em versos vagos se perdeu?
Por que não se trancou no primo tranco?
Mas persistiu no verso e mais sofreu.
Ante o lápis destinto e um papel branco,
o poeta que fui, enfim, morreu.
Odir, de passagem
O poeta sucumbe ao não escrito
ou pelo escrito que jamais foi lido.
E da revolta ele estrangula o grito,
satirizando o senso do sentido.
Melhor seria não dizer o dito,
sequer viver o que não foi vivido.
Maldita a mão do menestrel maldito
que trai su’alma versejando o olvido!
Por que não foi, em seu fadário, franco?
Por que em versos vagos se perdeu?
Por que não se trancou no primo tranco?
Mas persistiu no verso e mais sofreu.
Ante o lápis destinto e um papel branco,
o poeta que fui, enfim, morreu.
Odir, de passagem