NONSENSE [CVIII]

Desde quando nasci, já me procuro.

Parto sempre e, por isto, não me acho.

O meu hoje vai para além do facho

das mesmices notórias do futuro.

O passado não foi, caiu num tacho...

Resume como o grão, ao pé do muro.

E os meus olhos são sóis que não aturo,

quando flagram mistérios que esculacho.

Tenho cerne incabível na vasilha.

Minh’alma pervagueia cosmos vários.

Firma-se nos trapézios do suspense.

Do nada certo, o que me maravilha

é que, nas oficinas dos ovários,

a vida lá se plasma do nonsense.

(Agosto de 1998)

Fort., 25/09/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 25/09/2009
Reeditado em 25/09/2009
Código do texto: T1830461
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