Minha vizinha saía todos os dias às cinco horas da tarde
A "faladeira" de plantão a excomungava.
Era vista como vagabunda.
A mulherada a odiava...
Para aquela vizinhança, era prostituta.
Todos os dias, às cinco horas da tarde,
Ela ia ao cemitério, ao túmulo do seu pai.
Cumpria a promessa... virou madre.
Chorava, pedia perdão; era seu cálice.
Um dia, antes da morte do pai, ela o destratou.
Ele havia lhe presenteado com um sapato novo.
Daquele modelo, ela detestou.
Ele morreu num enfarte fulminante...
Ela nunca mais deixou de visitar o pai morto.
E, gente fofoqueira a condenava errante.