O ÚLTIMO SONETO A TI

Estou a rascunhar soneto a ti,

talvez o último... não! não! com certeza!,

pois já sinto uma ponta de tristeza

espinhar-me nas letras vãs aqui...

O último dos sonetos para ti,

porque antes te cantava eu a beleza

e fluíam palavras com destreza

para reproduzir o que senti...

Pois gosto do soneto que deleita,

do soneto que a ti faz satisfeita,

que enfuna nosso amor qual brisa, a vela

Cada verso p'ra ti é um perigo

e tento, e tento, e tento, e não consigo

escapar deste amor, porque me é cela!

2 de janeiro de 2003

(MACHADO, Wanderson. Trôpegos passos. Brasília: ed. do autor, 2004. ISBN 85-98603-05-8)

WANDERSON MENDES MACHADO
Enviado por WANDERSON MENDES MACHADO em 24/09/2009
Reeditado em 01/10/2009
Código do texto: T1829106
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