Aos cegos que o lêem
Deito-me no sórdido cemitério
Dos poetas mortos que tu deflagras!
Ah... já posso ver metáforas magras
Decompostas por teu verme estéril
Que mastiga, com dentes de adagas,
O ritmo, o sentido, o mistério,
Tudo que faz do poema: etéreo;
E unicamente o que tu atacas!
Se soubesses o que a ti desejo
Logo de mim estarias fugindo...
Sabes tu o antônimo do beijo?
Se não o sabes estarás mentindo
Quando falares de um mau sobejo
Sobre o poeta do tamarindo.