Aos cegos que o lêem

Deito-me no sórdido cemitério

Dos poetas mortos que tu deflagras!

Ah... já posso ver metáforas magras

Decompostas por teu verme estéril

Que mastiga, com dentes de adagas,

O ritmo, o sentido, o mistério,

Tudo que faz do poema: etéreo;

E unicamente o que tu atacas!

Se soubesses o que a ti desejo

Logo de mim estarias fugindo...

Sabes tu o antônimo do beijo?

Se não o sabes estarás mentindo

Quando falares de um mau sobejo

Sobre o poeta do tamarindo.

Lipe DCastro
Enviado por Lipe DCastro em 23/09/2009
Código do texto: T1827005