Sinceridade
Horas vazias, silêncio profundo, cárcere sem muros,
É o caminhar, o tempo passar, o correr de todo dia,
No qual a solidão sagaz me persegue e eu tímido fujo,
Para o exílio da lembrança dos teus beijos, minha alegria!
Eu sei da distância e, muito mais da sublime saudade,
Todavia sua imagem singela de anjo é companheira,
Me fortalece, me anima, me apóia, me dá felicidade,
E no frio deste outono, me aquece junto à lareira.
Não se deixes, portanto, por tão pouco, abalar,
Saibas que alguém em alguma Ilha a tem no coração,
Nas veredas da Paixão, com ventura de amar.
Venha então, calma, e se aconchegue bem,
Nos meus braços, nos abraços, teu porto seguro,
E me dizes: - Te adoro! E eu te direi: - Também!