DO FUNDO DO BAÚ (NATALINO)
DO FUNDO DO BAÚ
A saudade, o universo de lembranças,
vezes há que desperta afoita meninice
em fundo baú dormitando na velhice,
arrasta natais e atropela mudanças.
Não tem como não reviver a fagueirice;
os musgos colhidos no mato e as nuanças
do pinheirinho; o riso verde das crianças,
de ansiedade que da espera se vestisse.
Nem tão bucólica era a eterna cultura.
O viso do natal em sua estrutura
era a fé no Jesus Menino a consciência.
Hoje – saudade! – o que impera é a fantasia;
doido é o poder de barganha da alegoria,
nesta era corroída pela inconsistência.