Soneto da distração.
Ando, a vagar pelas lembranças,
Viajo, e me disperso na memória,
Rolando o filme longo de uma história,
De sonhos, emoções e esperanças.
Nem vejo que o tempo se esvai
Perdida que me encontro entre os fatos
Que a mente me expõe em seus relatos
Tão cheios d’um fervor que me distrai.
Nem vi quando perdi o entardecer
Nem vi o sol se pôr e vir à lua
E o dia novamente se ausentar.
Envolta num profundo divagar
Não vi que andei distâncias nessa rua
Pra despertar, em outro alvorecer.