SONETO CIUMENTO
Hoje acordei com tão grande ciúme
de tudo que te envolve o corpo inteiro,
da tua blusa à água do chuveiro,
do sabonete até o teu perfume...
Que ciúmes da cama tão quentinha
quando levantas logo de manhã...
Que ciúmes do cinto, da calcinha,
que ciúmes estou do sutiã!...
Ah! Que ciúmes da água do teu banho!
Estou com um desejo tão estranho
de ser tua toalha e tua roupa...
Que ciúmes estou do cobertor
que à noite em tua cama traz calor
e do batom que enfeita a tua boca!
12 de maio de 2003
(MACHADO, Wanderson. Trôpegos passos. Brasília: ed. do autor, 2004. ISBN 85-98603-05-8)