O MENDIGO

Ser como eu ninguém pode querer,

Ninguém pode gostar de sofrer tanto,

Não pode alguém querer meu farto pranto,

Que inveja há de mim? Qual o prazer

Que pode existir no adversário?

Caminho em via cruci pela vida,

Na vida vou levando meu calvário...

Não tenho no caminho uma guarida,

Não tenho água e pão, não tenho nada...

Nem o horizonte vejo na jornada,

Não tenho um colo pra pousar minha face.

Não tenho dinheiro, sou um vil pedinte,

Não tenho um amor, minha namorada

É o sereno que cai na madrugada.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 21/09/2009
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