O MENDIGO
Ser como eu ninguém pode querer,
Ninguém pode gostar de sofrer tanto,
Não pode alguém querer meu farto pranto,
Que inveja há de mim? Qual o prazer
Que pode existir no adversário?
Caminho em via cruci pela vida,
Na vida vou levando meu calvário...
Não tenho no caminho uma guarida,
Não tenho água e pão, não tenho nada...
Nem o horizonte vejo na jornada,
Não tenho um colo pra pousar minha face.
Não tenho dinheiro, sou um vil pedinte,
Não tenho um amor, minha namorada
É o sereno que cai na madrugada.