CONSENTIMENTO

Permito aos meus cabelos outros ventos
E os toques de mãos que não são as tuas
Verdades estanques que se fazem nuas
São lembranças revividas em lamentos 

Permito-me sentir outros sentimentos
E todas as febres de amor que não vivi
Negando à minha boca o direito de sorrir
São fugazes, amor, esses meus momentos

 

Permito-me te amar assim, infinitamente
E fazer dessa saudade louca e inclemente
A força que me move sempre na tua direção

 

Permito-me não esquecer tantas verdades
E despir do meu corpo todas as vaidades
E deitar
em paz... E dormir com a solidão...