Vazios
 
Vazia estou, sem rimas, sem meus versos,
deserta está minh’alma nesta noite,
a solidão me fere feito açoite,
meus pensamentos voam tão dispersos;
 
sequer encontro oásis nas palavras,
que fogem todas para os meus desertos,
os versos meus estão demais incertos,
e nada encontro nessas minhas lavras;
 
o corpo está aqui, mas nada sente,
não sinto mesmo a fresca brisa, o ar,
caminho por terrenos tão sombrios;
 
vazia, estou presente, mas ausente,
suspensa nessa vida sem lugar,
flutuando pelas águas dos meus rios.


Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 18/09/2009
Reeditado em 19/12/2012
Código do texto: T1818155
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