Horas mortas
 
São bem tristonhas essas horas mortas
perdidas entre a noite e o fim do dia,
em que parece estanque a vã sangria
do sol que vai e fecha suas portas;
 
lembranças de algum resto de alegria,
ou de tristeza, que nos rouba a calma,
melancolia lá, no imo d'alma,
que sente-se mais só, bem mais vazia.
 
E se beleza existe no arrebol,
ocorre, dentro em nós, algum desmonte,
e as aves não gorjeiam nessa altura;
 
de certa forma morre-se co'o sol
que, lento sangra e caí por trás do monte,
e dá lugar à noite longa e escura.

 

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 18/09/2009
Reeditado em 05/01/2013
Código do texto: T1816733
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