Canário tristonho
Prisioneiro, o canário canta triste,
com saudades profundas lá de fora,
quando, livre, bicava a doce amora,
e, sonhando, ele come o duro alpiste;
da gaiola, tristonho, tudo assiste,
da alvorada à sanguínea e bela aurora,
liberdade não tem, jamais, agora,
sente a morte rondando, mas resiste.
Esvoejar, novamente, tanto anseia,
não encontra, na grade, uma saída
e lhe resta, cativo, só cantar.
Estufando o peitinho, enfim, gorjeia,
a saudar, com seu canto, a própria vida
que, lá fora, lhe acena, sem cessar .
Prisioneiro, o canário canta triste,
com saudades profundas lá de fora,
quando, livre, bicava a doce amora,
e, sonhando, ele come o duro alpiste;
da gaiola, tristonho, tudo assiste,
da alvorada à sanguínea e bela aurora,
liberdade não tem, jamais, agora,
sente a morte rondando, mas resiste.
Esvoejar, novamente, tanto anseia,
não encontra, na grade, uma saída
e lhe resta, cativo, só cantar.
Estufando o peitinho, enfim, gorjeia,
a saudar, com seu canto, a própria vida
que, lá fora, lhe acena, sem cessar .