Canário tristonho
 
Prisioneiro, o canário canta triste,
com saudades profundas lá de fora,
quando,  livre, bicava a doce amora,
e, sonhando, ele come o duro alpiste;
 
da gaiola, tristonho, tudo assiste,
da alvorada à sanguínea e bela aurora,
liberdade não tem, jamais, agora,
sente a morte rondando, mas resiste.

 
Esvoejar, novamente, tanto anseia,
não encontra, na grade, uma saída
e lhe resta, cativo, só cantar.
 
Estufando o peitinho, enfim, gorjeia,
a saudar, com seu canto, a própria vida
que, lá fora, lhe acena, sem cessar .
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/09/2009
Reeditado em 05/01/2013
Código do texto: T1816574
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