RASGANDO O VERSO
Anseio vagabundo que esfarrapa
quando o lirismo me veste essa capa
tentando pôr um fim nos meus queixumes.
Quem sabe acho uma luz nos vaga-lumes?
Mas, o que era pra acobertar destapa.
E a poesia se derrama e empapa
do amargo que a poetisa abocanha
nesse carretel que aqui se emaranha.
Sinto o coração suando zurrapa,
e mi’as artérias virando papa,
toda a vez que a fé me desacompanha...
Mas, sei que posso sair dessa lapa
se prosseguir sempre nessa artimanha:
Rasgando o verso quando a rima arranha!