Desejos

Que alimento é esse que Deus nos deu

que quanto mais se tem, menos sacia

que anseia a noite e incendeia o dia

que enlouquece rei, nobre e plebeu

Que doce gosto esse que inebria

- desejo de verter-se por inteiro

no mar de amar, e se tornar poesia

lançar-se à sorte e ser aventureiro

Fome voraz de instintos e sentidos

na profusão de atos desmedidos

inquieta a alma até ao desvario

Sufocante qual venenoso gás

nunca se aplaca e não nos deixa em paz

tão transbordante e, no entanto ... vazio.