DOCE VIDA

Vou me sentando disfarçadamente,
Pelas beiradas largas do caminho,
Se for difícil fico no batente,
Adaptando-me sempre a algum carinho;

E se não for pedir tanto, um beijinho,
Um afago sincero, docemente,
Claro, se não for inconveniente,
Talvez eu aceite também um docinho;

Para adoçar minha agradável vida,
Pois quando às vezes algo se complica,
Há sempre um anjo que me dá guarida,

Sem notar estou de novo na briga,
Para não estar outra vez à deriva,
Sem ter sombra, água fresca, e nem comida.

By Joana Rodrigues