Desencontro
Na rua das sombras te procuro
entrecortada de luz que oscila
nas paredes frias de vão escuro
suspensa em sal, gesso, argila
Corpo longo deslizando duro
tocando luas em branca fila
suspenso do nada de si seguro
na paz que enlaça a nua vila
E nada alcanço, cortado o gesto
desencontrada de mim, serei um
corpo sem voz, sem nome algum
Sou no vazio da solidão um resto
de rua achada de amor nenhum
e que sem querer se perdeu num.