TÔ FALANO SÉRIO!

Quagi, sinhô! Tomém, nos mulambo que tô

a puliça só qué sabê di dentidade.

Prigunta pra gente da muamba, qui mardade!

– i a gente tamo inocente, meu sinhô!

Sofre pruque num dianta; dum cabra cumo eu

as chefia num credita qui somo só pobre,

i pobre tem que sê bandido, i eles discobre

um jeito di fazê rotá u qui num cumeu.

A gente qué sê gente; vivê sussegado.

Já sofre tanto sem cumê; bico calado,

i us fio ismiringuido qui nem vara seca.

A muié já nim guenta mais u trabaio; tá sumino,

i, si us guverno num oiá pra nóis, us minino

vai sê ladrão di verdade... i vai tudo à breca!

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 15/09/2009
Código do texto: T1811339
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