NOVO MUNDO

Despeço-me neste instante das saudades eventuais,

Do plácido circo que armara em minha própria mente,

E da valsa do amor tão melodiosa de sons esponsais,

Que me fizeram olvidar do ser e do que sou realmente.

E pela poesia que corre em dilúvios pelas minhas veias,

Eflúvio às vezes duvidoso, mas sempre sincero no sentir,

Percebo que as dimensões dos meus amores eram peias,

Que me impediam de ver com clareza o sol e me entanguir.

Hei então de colonizar outros corações e desbravar a emoção,

Em novéis sentimentos, em ignorados sentidos, talvez perdidos,

Pela incompreensão remota dos meus olhos no ocaso da omissão.

Porém como muitos que derramaram a vida em naus viradas no undo,

Sacrificando-se em mares revoltos e em terras inóspitas distantes do lar,

Procuro nas carícias quem sabe daquela que me toma meu novo mundo!