APELO

Oh! Vem depressa, amor, que não suporto
a longa espera que maltrata tanto
dos meus olhinhos, já secou o pranto
e, com a vida, nem sequer me importo.

Ao frio vento sempre me reporto
por ti pergunto  por todo recanto,
o meu penar, no imo, só, decanto,
e a te buscar o espaço sempre corto.

Oh! Vem depressa! Frio está la fora,
e faz imenso frio dentro d'alma
e tudo, dentro em mim, soluça e chora.

Oh! Vem! Antes que chegue o triste outono,
trazendo, em seu ventre, a morte, a calma,
trazendo, a mim, o interminável sono.


Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 14/09/2009
Reeditado em 19/12/2012
Código do texto: T1809806
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