Inconstante

Inconstante vou seguindo
como, dos rios, as águas,
a cortar o vale infindo,
carregando minhas mágoas.

Sazonal, sempre inconstante,
no leito de minha vida,
sem parar um só instante,
a buscar, no mar, guarida.

Inconstante no meu leito
onde rolo noites, dias
sem tempo para sonhar.

Mesmo assim eu me deleito
nas areias alvadias
que vão comigo, a rolar.

Livro: REALEJO, pg. 80
Edir Pina de Barros
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 13/09/2009
Reeditado em 25/07/2020
Código do texto: T1808164
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