PASSEIO PELO TEMPO
Saudade doce, é não ser mais aos pés puxado
quando, num repente, a manhã vem leda e clara,
a mãe lembra amada, que a janela escancara:
filho, suave diz, a luz já está acordada.
Saudade amarga é quando a janela fecha,
honra ao luto da mãe querida o passamento,
que gerou doce saudade em algum momento,
tortura a alma agora. Há lamúria e queixa.
São sentimentos travos da mente humana,
tristes à luz da sina, indulgente cigana,
que diz da sorte, mas do azar nada fala.
E o homem que viaja no tempo, ergue a taça
dessa rubra vida cheia, por ele passa;
vê glória e mágoa ...e também se cala.