PASSEIO PELO TEMPO

Saudade doce, é não ser mais aos pés puxado

quando, num repente, a manhã vem leda e clara,

a mãe lembra amada, que a janela escancara:

filho, suave diz, a luz já está acordada.

Saudade amarga é quando a janela fecha,

honra ao luto da mãe querida o passamento,

que gerou doce saudade em algum momento,

tortura a alma agora. Há lamúria e queixa.

São sentimentos travos da mente humana,

tristes à luz da sina, indulgente cigana,

que diz da sorte, mas do azar nada fala.

E o homem que viaja no tempo, ergue a taça

dessa rubra vida cheia, por ele passa;

vê glória e mágoa ...e também se cala.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 13/09/2009
Código do texto: T1807492
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.