Alegoria da lembrança
É noite, eu sentado na cadeira
ao meu lado só uma escuridão
livros, cadernos de anotação
lembranças, tédio e outra cadeira
Imagino alguém sentado nela
sem forma, corpo ou aspecto
ou como algo que o intelecto
N'outrem busca, quer e anela
Vejo-o, mas não nos olhos
que não os tem, só existem
Mas no todo que se projeta
Que com uma voz irrequieta
as ondas sonoras me assistem
E vejo-o, mas como a abrir ferrolhos.