Há Momentos
Há Momentos...
Há momentos que o amor se transforma em mágoa
Sendo a vida, apenas estilo gótico, passível de ilusão
Refletindo-se no espelho do alquebrado e ferido coração
Indo rio abaixo como folhas do outono bailando nas águas
Há momentos que a alma torna-se arisca, sem lume
Sendo a vida apenas parágrafo fútil sem inspiração
Fazendo mistério no silêncio afogueado da paixão
Como rude ardil de artista isento de cor e perfume
Há momentos que o artífice faz colóquio de melodia
Poemas fictícios de rimas soltas soletrados como poesia
Apenas áridos fonemas formando triste sonho desolado...
Há momentos que a saudade é como preciosa dinastia
Uma comédia viciosa que a todo universo desafia
Com palavras feito fantoche, afoito vicio do pecado.
Norma Bárbara