Para o meu arcanjo

a Déborah Joanny

Ah! Meu anjo melanótrico perfeito,

Herdeira ocular da deusa Hera

Paródia exata de uma fera

É a ti que hecatombes tenho feito

Na tua boca, morena, me deleito.

Só tu reúnes as faces de uma pantera,

A uns, áspera como uma quimera,

A mim, tua calma enche-me o peito

Minha lindíssima indígena fada!

Até teu retrato parece ter vida,

O teu sorriso ilimita a verdade.

Esta, que a mim só uma é conhecida

Me faz gritar sem raridade:

- Sem você sequer sou nada!