VOCÊ ME CONHECE?

Agora tu me toma, me escarnece,

Cospe-me. Eu é que solto a tua língua,

Liberto-te dos grilos. Tu amolece

E eu nunca, nunca te deixei à míngua.

Fico em tua cabeça, inseparável,

Avermelho teus olhos e a razão,

Eu te faço pequeno e detestável

Pra não aproveitarem da ocasião.

Dizem que eu sou maldosa, sou cruel.

Se a maioria me deseja assim:

Quem me conhece chama-me de mel,

Só os abstêmios me acham tão ruim.

Já me conhecem?... Sou a pinga, a “monja”

E, quem for meu amigo: é “esponja”.