DOCE ASFIXIA DE AMOR

DOCE ASFIXIA DE AMOR

Ah, se te houvesse padecer o quanto

do tanto que esse amor desesperado

padeceu-me de enfado e desencanto

como um beijo nos lábios sepultado.

Ah, se me houvesse redimir o pranto

do tanto que te amei sem ter amado

em padecendo em ti morrendo tanto

como o canto de um pássaro calado.

O amor que me asfixia de esperança

também se cala e em ti retine mudo

como sino a tanger sem ressonância.

Ah, não te fora o místico ‘contudo’...

Eu perdoaria o ‘mas’ da intolerância.

E meu amor, sem ‘mas’, seria tudo!

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 11/09/2009
Código do texto: T1804339
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