NINGUÉM SABE O QUE SENTIMOS

Eu estou triste como é triste o pio

De um mocho num recôncavo sombrio.

Que desventura me assinala o medo:

Fatal tormenta de meus vis segredos.

Estou pra morte como um moribundo,

Como a presa ao fio do abatedouro,

Vivendo apenas pra esquecer o mundo,

Do mundo desprezando o ingente ouro.

Rês que caminha no desfiladeiro,

E um pobre olhar que tem apenas dó,

Vendo minha alma, a pobre caminheira

Seu pranto triste colhera a sós!

Nem sabe ela no seu pesadelo,

Que não há de desatar esse meu nó.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 09/09/2009
Código do texto: T1801570