NINGUÉM SABE O QUE SENTIMOS
Eu estou triste como é triste o pio
De um mocho num recôncavo sombrio.
Que desventura me assinala o medo:
Fatal tormenta de meus vis segredos.
Estou pra morte como um moribundo,
Como a presa ao fio do abatedouro,
Vivendo apenas pra esquecer o mundo,
Do mundo desprezando o ingente ouro.
Rês que caminha no desfiladeiro,
E um pobre olhar que tem apenas dó,
Vendo minha alma, a pobre caminheira
Seu pranto triste colhera a sós!
Nem sabe ela no seu pesadelo,
Que não há de desatar esse meu nó.