A política que eu vejo

I

Ante os olhos esta fétida repugnância,
A coisa pública em mãos despreparadas,
Corpos e almas ao descaso, atrofiadas,
Turvos homens, zumbis sem relutância!

Democracia um mar de arrogância,
De que adiantaram caras pintadas?
Se humildes pessoas são enganadas...
Ainda, reina a pobreza em abundância!

Saúde e proteção, moradia e comida,
São bens primários... Mas onde estarão?
Tantos impostos... E o direito à dignidade?

Olha o poder que aí está... Só intimida...
Rastros nesta vida permanecerão,
Da vergonha, de tanta crueldade!

II

“O poder é o povo”, grito com instância...
O poder traz as pessoas dominadas,
Pobres mãos mudas vagam marcadas,
Sem sentimento... Acenos sem importância!

Tantas cenas torpes, jovem militância,
(Quantas almas ainda estão deitadas,
Simplesmente materializadas),
Pés descalços, milhões na mendicância...

Poder cego pisando nos sem guarida...
Povo infeliz, até quando te adularão?
Porque não enxergas tua infelicidade?

Árvore que não vejo mais florida...
Braços sem forças... Olha o dragão,
Que nos devora sem qualquer piedade!
Geraldo Mattozo
Enviado por Geraldo Mattozo em 09/09/2009
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T1801517
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.