Aos cães

Estas palavras, dedico aos cães,

depois, às mulheres e homens;

que são procuras por água e pães,

são buscas de restos, que comem.

Estas palavras, dedico às putas,

depois, às crianças e aos santos;

que são madrugadas de lutas,

sem rezas e óstias e nem cantos.

Estas palavras, coitadas, caladas,

que em poemas então se atreveram

e quiseram ser os versos perfeitos,

que tímidos, observaram nas calçadas

e pé ante pé, em agonias e cismas,

foram mostrando erros e defeitos.