“O Diabo Batizou”

(Luiz Henrique)

Paixão com punhal, gume e corte
Como se fora experiência de sadismo
Em escrutínio secreto te elegi meu norte
Foste calabouço, masmorra e abismo

Tomaste por posse e domínio
Meu corpo, alma e pensamento
Em dissimulado latrocínio
Roubou alegria, vida e tempo

Por não saber quem és, não sei quem sou
Bebi vinho numa taça que o Diabo batizou
Minha identidade foi-se no rumo do vento

De resto: apenas meus sonetos de lamento
Um saldo indesejado de vida que insiste pulsar
E uma contradição doída – a certeza de te perdoar





 
  • Poesia com registro de autoria
  • Foto: Solitário Andarilho - Autor: Luiz Henrique
  • Internet: http://br.olhares.com/luizhenrique