É quase nada

O tempo corre e em mim se descortina

E outras coisas vêm desencantadas

O meu passar é escuro à clara matutina

E fere-me a saudade desvairada.

A tristeza, o meu olhar domina

Pesaroso é o peito e a dor é escancarada...

Tristonhamente levo o dia, mas ferina

É a solidão que em tudo é retratada.

Do pior modo sigo a minha sina

Por entre essas pessoas disfarçadas

Assim, triste coitado, de feição franzina

Completamente à mágoa amortalhada!

Um dia fui feliz, e hoje há quem defina:

É jovem, triste, louco... É quase nada.