Soneto a lua
Por que choras, na noite fria e tão escura
A procurar, insistente em cada canto
Vasculha a terra, e essa cobre com seu manto
Tornando-a sua, iluminada e assim pura
Qual paixão, que te faz tão dependente?
Logo tu, que és rainha e utopia
Tem-se a alma, dessa tal que te copia
E é verdade, desse tal que aqui não mente.
Fazem-te versos, e nele tu só brilhas
Reflete o amor, desses tantos aqui poetas
Que te tomam cada qual como sua.
Não derrame uma lagrima sequer
És mulher, nas almas puras e inquietas
Desses tantos, que te querem assim só lua.