Rudibus Idyllium
Rasga-me o peito como a seca rasga
O ventre do sertão.
Vem, como um rio seco que engasga
A garganta do chão;
Abre caminho em minha carne morta.
Co’unhas de gavião,
Fuça-me o espírito, segue a minha aorta,
Chega ao coração.
É lá que existe um poço de esperança,
Na beira da estrada
Por onde uma camponesa corre e dança
Sem temer nada.
Rasga-me o peito, quem sabe vês, enfim,
Que habitas em mim.