ALECRIM E AÇUCENAS

ALECRIM E AÇUCENAS

Carmo Vasconcelos

Varro do velho roseiral as folhas mortas,

Fétido odor a poluir o meu jardim...

Ervas daninhas corto rentes pelas portas

E preparo o meu novo chão só de alecrim!

Renego encantos de paisagens cor-de-rosa!

Não mais o verde há-de atrair os meus sentidos!

Cores cambiantes de utopia duvidosa,

Fatal cegueira pra olhares embevecidos.

Colcha-alecrim irá cobrir os meus domínios!

Fundas olheiras vestirão sua triste cor,

Na dor violácea de traições e de abomínios.

Só deixo às lágrimas plantio de açucenas,

Suaves cristais a matizar roxo torpor,

Gotas de orvalho a depurarem minhas penas!

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12/Maio/2009

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In E-Book "Sonetos escolhidos II"

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Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 03/09/2009
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