Um prédio esconde um sol?
Ele colocou a máquina a trabalhar na fábrica
Mudou o dia no calendário
Permitiu à árvore mostrar enfática
A sombra do operário
Marcava no corpo a banhista
De excitantes marcas em listas
De bronze por ele coberta
Exígua roupa, de pudor, incerta
E quando caia a tarde,
o grande archote cedia espaço à noite
Para que o boêmio, a madrugada acoite
E atrás do prédio, quando do dia fugia
A construção se constrangia
Como se fosse ela, que escondesse o sol