Teus fantasmas

Os teus fantasmas seguem-me nas ruas,
nos vãos das noites longas, tão vazias,
nos meus lençóis, nos quais também dormias,
e nos desvãos de minhas carnes nuas;

os teus fantasmas são verdades cruas
que roubam toda a luz desses meus dias,
e tornam minhas noites tristes, frias,
repletas de saudades, que são tuas;

e me amordaçam, calam minha lira,
meus pobres versos, deixam-me vazia,
matando dentro em mim os meus desejos,

e sem desejos nada mais me inspira.
Queria ter-te aqui! Por Deus! Queria
sentir em minha pele os teus latejos.
 
Cuiabá, 2 de Setembro de 2009.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 37

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/09/2009
Reeditado em 19/08/2020
Código do texto: T1788647
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