Soneto

Teu espectro ubíquo de teor aziago

tua voz infame de um horror imundo

teu andar devasso, nobre vagabundo

Reflete-se no vítreo de teu suor amargo

Tão acérrimo quanto o gosto pátrio

o saber de ti me causa ânsias

visto que destruíste minha infância

deixando só a ruína dos meus átrios

Agora cobro de tua mão assassina

os fragmentos de toda esta sina

que perderam-se numa carta anônima

A ti que me deixas-te de lado

envio-te este cristal quebrado

sinal de tristeza que te é homônima

Tiago da Silva
Enviado por Tiago da Silva em 02/09/2009
Código do texto: T1788039
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