AD INFINITUM [XCVI]
Menina!..., eu caí do teu olhar nas tramas,
feito um mosquito bobo, no tear da aranha.
Talvez argueiro, como cisco, coisa estranha,
corpo sem rejeição, um soro imune a dramas.
Ai, moça, na cacimba do teu lindo olhar,
eu quero soçobrar-me, lá no fundo, mais
e mais, náufrago, longe, e não volver ao cais,
para, só nos teus olhos, sempre me ficar.
E não te ponhas nunca, em ti, nenhum colírio,
posto que, com o remédio, vais me pôr à parte;
é certo, na gotinha, ir-me de roldão.
Se me arder nos teus olhos, moça, meu martírio
é, talvez, não saber cuidar de obras de arte,
pois terei já morrido todo de paixão.
Fort., 31/08/2009.
* * *
FORTUNA CRÍTICA / INTERAÇÕES
Registro com prazer, agradecendo imensamente, e aqui faço constar a belíssima interração - em "réplica", como diz a própria autora - de uma das mais férteis e apreciadas participantes do RECANTO DAS LETRAS, a poetisa gaúcha KARINNA, já notável pela construção de inúmeros belos textos, tanto em prosa-poética quanto em poesia, propriamente. Gratíssimo, mais uma vez, mesmo, cara amiga de lidíssmos serões e saraus poéticos. Bjs, GS.
Olhares e Palavras________.*
Entre o meu e o teu olhar
Há a palavra submissa ao toque
Que atiça a quietude, que comove.
Sussurros cúmplices se abraçam
Ateio solfejos na tua imaginação
Besuntada de amorosos óleos deslizo nas tuas mãos.
Prenúncio de ápices enlevados... tu divagas em mim
Sou de prata, estrela que tua alma percebe
Assim minha boca arrepia tua pele.
Suspiro, precipício, vertigem ou voragem
Ardes nos meus versos desnudos e iridescentes
Pois transbordas de mim, em ti... carícia incandescente. Karinna*___________** Poeta, teus versos conduzem o leitor ao encantamento. Belíssimo. Ousei uma humilde réplica. Beijo-te. Karinna*
Enviado por Karinna em 01/09/2009 12:38
para o texto: AD INFINITUM (T1785174)